Aviação Reviews 

Review – 1/200 AVRO VULCAN B2 – Cyber-hobby #2011

A aeronave,

Caro leitor, vou fazer este review um pouco mais extenso do que o a habitual, pois Vulcan para mim é umas das aeronaves mais elegantes já construídas e está no top list das minha favoritas, vamos lá !

3 de junho de 1982 a operação Black Buck 6 está em andamento, o tempo está bastante ruim e a única ação de ataque ofensiva de ataque aéreo daquele dia sobre as Ilhas Malvinas está para ocorrer. A bordo do Avro Vulcan B2 XM597 estão o Líder de Esquadrão Neil McDougall, e sua tripulação, o bombardeiro leva mísseis anti-radar AGM-45 Shrike, a intenção é usá-los contra os radares instalados ao redor do Porto Stanley.

McDougall se aproximou do alvo pelo noroeste voando a baixa altitude antes de subir para os 16000 pés para iniciar seu ataque. Entretanto a experiência de sua tripulação já dizia que um ataque dos Vulcans era esperado pelos operadores dos radares do porto, quando estávamos a nove milhas do alvo os radares começaram a desligar relembra McDougall e quando nós voltávamos para o mar eles voltavam a se ligar.

Eles ficaram neste processo durante quase 40 minutos, indo e voltando. Então McDougall tomou a decisão de voar diretamente até eles, desta vez eles teriam que religar os radares para poder contra atacar. Os manetes foram puxados para trás e o XM597 começou a descer, eles desceram até os 10 mil pés até que as armas antiaéreas começaram a disparar, ao mesmo tempo o Operador de Armas Eletrônicas (AEO) Tenente Rod Trevaskus travou o alvo com dois Shrikes e os lançou, um após o outro contra o radar..

Quando McDougall puxou o manche para retomar a altitude, eles estavam tão baixos que foi possível ver o flash das explosões dos Shrikes. Um dos mísseis caiu bem próximo ao um dos sistemas Skyguard causando grandes danos e matando 4 pessoas (um oficial, um sargento e dois soldados)…..

Ao voltar para a zona de reabastecimento, o probe de reabastecimento apresentou problemas durante o reabastecimento em um Victor impossibilitando a aeronave de retornar para a a Ilha da Ascenção, sobrarm duas alternativas, saltar arriscando a vida e perder a aeronave ou pousar no Rio de Janeiro,  McDouglall decidiu pela segunda opção, com apenas 3000lbs nos tanques, e com 2500lbs necessárias para realizar o circuito. Com muita perícia McDougall trouxe o grade pássaro fazendo um pouso perfeito no Aeroporto do Galeão, sem nem mesmo precisar usar o paraquedas de frenagem.

Começa então algumas supresas: Um shrike não havia soltado, e precisava ser desmontado e desarmado por pessoal devidamente treinado, pois era um grande risco um equipamento bélico “vivo”  especialmente em um aeroporto civil. Um oficial da FAB para fazer o trabalho, e o Shirke foi removido para um depósito da FAB e devolvido a RAF no fim do conflito.

Outro problema seriam as acusações da Argentina de que o Brasil tivesse abrigado uma aeronave que retornava de um ataque, para evitar maiores complicações, todos os documentos da missão foram jogados ao mar, além disso foram disparados ao mar os mísseis remanescentes do ataque.

Os dias seguintes foram de informações desencontradas e acusações, mas duas semanas depois o Vulcan, já reparado, decolou do Galeão com destino as Ilhas da Ascenção, na sua fuselagem estavam pintados dois Shrikes (simbolizando os ataques bem sucedidos) e a bandeira do Brasil, demonstrando a necessidade de pousar no Rio de Janeiro, curiosamente a bandeira foi pintada de cabeça para baixo…

O Shrike não disparado apresentou enorme risco àquele pouso, imagino o que poderia ter acontecido se ele houvesse disparado em solo….

Atualmente o XM597 repousa no National Museum of Flight, em East Lothian, Escócia.

O Vulcan foi usado em operações de combate “reais” apenas neste conflito…

O AVRO VULCAN

Após o fim da Segunda Guerra, o governo Britânico sentiu a necessidade de desenvolver uma força de bombardeio estratégico nuclear, e apenas alguns anos depois, a Inglaterra veria a detonação de sua primeira arma nuclear a Blue Danube (Danúbio Azul).

A RAF então fez uma especificação para um novo bombardeirio (B 35/46) que deveria ter 4 motores a reação e que fosse capaz de levar a Blue Danube e também uma grande variedade de armas convencionais, ter alcance de pelo menos 3300 milhas (5300Km).

Os projetistas da AVRO pensaram em uma aeronave convencional com enflechamento de 45°, asas enflechadas produzem meno sustentação do que as convencionais de mesma envergadura, entretanto produzem menos arrasto, o que torna  a asas bastante eficiente em grandes altitutes e velocidades. Porém era necessário ter bastante sutentação devido a carga que o modelo deveria levar, então os engenheiros da AVRO pensaram em aumentar a envergadura, que aumentou em muito o peso da aeronave e mostrou ter pouca performance.

Voltaram então para a prancheta para tentar novos designs, alias a capacidade de carga, com grande altitude e velocidade era um grande desafio para os projetistas que já haviam pensado m diversas soluções, mas esbarraram em muitos problemas, principalmente estruturais. Após cerca de um mês de estudos a cauda do modelo estava praticamente removida e sua asa enflechada havia se tornado uma asa em delta.

Mais ainda havia mais um problema, embora com muitas vantagens aerodinamicas uma aeronave como esta configuração de asas nunca havia sido construída ou voada na Inglaterra. Surgia então o Avro 707, construído para provar o conceito de asas enflechadas.

Ele era um modelo com 1/3 da escala do bombardeiro que ser prentendia construir (mais tarde o Avro Vulcan), foram construídas seis variantes, cada um com o objetivo de testar uma característica diferente do projeto.

As versões produzidas foram:

Avro 707 Uma aeronave produzida (VX784) equipada com motor Derwent 5, tomada de ar dorsal atrás do cockpit, acabamento em metal natural

 

 

Avro 707A

Duas aeronaves construídas, equipada com motor Derwent 8, asas modificadas, tomada de ar na raiz da asa, superficies de controle totalmente modidificadas. Primeiro modelo (WD280) acabamento na cor pink, mais tarde repintado em vermelho brilhante e finalmente em metal natural. Segunda aeronave (WZ736) acabamento na cor laranja.

 

 

Avro 707B

Uma aeronave (VX790), contruída para substituir o primeiro 707 que foi perdido em um acidente. Fuselagem com nariz mais long equipada com o motor Derwent 5 e tomada de ar dorsal. Pintura toda em azul.

 

 

Avro 707C

Uma aeronave contruída (WZ744), controles side-by-side, versao de treinamento baseada no modelo 707A com fuselagem mais larga motores Derwent 8 engine, tomadas de ar na raiz das asas wing root engine intakes, acabamento em metal natural, uma segunda aeronave chegou a ser encomendada mas foi cancelada.

 

Avro 724? Versão do modelo 707  equipada com seis jatos RB.108 lift para testes de decolagem em curta distância.

 

 

Avro 710

Versão modificada para grandes altitutes e velocidade (Mach 0.95 e 60,000 ft/18,290 m), modelo de pesquisa de asa em delta. Equipado com dois motores Rolls-Royce Avon engines. Projeto abandonado e substituído pelo modelo 707A.

Em 1952 veio o segundo contrato agora para 25 unidades do que já era considerado o mais eficiente bombardeiro de longo alcance do mundo. O piloto de testes da Avro Roly Falk voou pela primeira vez em 30 de agosto do mesmo ano a bordo do protótipo VX770, que na época do primeiro vôo não possuía sistema de combustíveis nas asas e cabine pressurizada, alguns dias depois o mesmo modelo voaria na feira de Farnborough causando um grande espanto entre os participantes da feira.

Naquela época o modelo ainda não tinha um “nome” sendo apenas chamado pelo número de projeto Avro 698, então em outubro do mesmo ano o Conselho do Ar batizou o modelo de VULCAN em homenagem ao deus Romano do fogo e da destruição.

O Avro Vulcan podia voar a Mach .9 (1000km/h) e tinha uma razão de subida de incríveis 1500 mestros por minuto, era equipado com motores Bristol Olimpus 101 (os mesmos motores do Concorde) e mesmo com seus 57 mil kg de peso (vazio) e 33 metros de envergadura, ainda podia virar tunneaus !!!

Foram fabricados 136 exemplares e o modelo deixou de ser usado pela RAF logo apos a Guerra das Malvinas no ano de 1982.

Bibliografia:

Brookes, Andrew. VULCAN UNITS OF THE COLD WAR, Osprey Publishing.

Jones, Barry. V-BOMBERS, Crowood Aviation Series

Revista Voar, Ano 2 N.18

O kit,

Composto de 70 peças, o kit é dividido em 4 sprues, sendo três injetados em cinza e um para a transparência. Mesmo para uma escala tão pequena e muito comum para aeronaves de aviação comercial, o nível de detalhes é bastante interessante.

As linhas de painel estão em um baixo relevo fino, entretanto algumas linhas estão faltando e outras não existem, mas nada que afete de maneira geral a apresentação do modelo. Não sou um “rivet counter”.

A fuselagem é dividida em apenas duas partes e gostei da maneira do encaixe da parte superior na inferior da fuselagem, pois não haverá necessidade alguma de lixar, ou colocar putty para “sumir”  a emenda, uma vez que o encaixe é feito sem emendas !!! ponto mais que positivo para a Cyber-Hobby.

O encaixe da empenagem é da mesma forma, porém será necessário lixar um pouco encaixe para melhorá-lo pois fica uma pequena falha no encaixe a seco.

Detalhes como o trem de pouso estão bem representados, e as rodas também estão bem injetadas, dará um bom trabalho pintar todas as 18 rodas que compõem o conjunto, cada uma mede mais ou menos 3mm.

Este também inclui algo que nunca vi nesta escala: figuras !!! sim, dois pilotos sentados…. e por incrível que pareça não consta no manual de montagem nenhuma passo ou opção para colocá-los.

O modelo pode ser montado levando o artefato nuclear “Blue Steel”, que está muito bem representado. Só não é possível montar o kit sem ela, pois a parte do compartimento de bombas onde ela se encaixa é diferente do compartimento dos modelos convencionais. Acredito que em breve haverá no mercado novas versões do kit, pois no kit existem alguns pilones que não serão usados…

Outro detalhe que me chamou a atenção é possibilidade de montar o modelo com a porta de acesso da tripulação aberta, incluindo a escada de acesso a aeronave, um detalhe muito primoroso para uma escala tão pequena. Mas há um erro no manual, que pede para colocar a escada na parte de trás na porta de acesso, quando na verdade o local correto da escada é na própria porta de acesso, atenção na hora da montagem rapazes…..

O manual de montagem é um pouco vago com relação as cores e sequência de montagem, recomendo um pouco de pesquisa e estudo do kit antes de iniciar a montagem. Segundo o manual a montagem se dá em apenas 6 passos, entretanto alguns detalhes são suprimidos (como o exemplo das figuras) portanto cuidado para não deixar nada de fora As indicações de cores são para tintas Gunze Sangyo e Model Master.

Os decalques são bem simples porém bem impressos, acredito que não haverá problemas ao utilizá-los. Incluem duas versões de aeronaves:

-167 Sqd, RAF Scampton, 1962

– Scampton Wing, RAF Scampton, Linconshire 1970

Conclusão.

Esta é uma nova série lançada pela Cyber-Hobby chamada Air Power Series, são kits de aeronaves militares em uma escala nada usual, e confesso que embora o kit seja muito bom e interessante, o Vulcan ainda é uma aeronave muito esperada na escala 1/144, e tenho certeza que se a Cyber-Hobby o tivesse feito nesta escala, venderia muito mais 😀 mas enfim, minhas esperanças não se acabam, pois eu não acho justo pagar quase 100 dólares pelo modelo em resina da Aningrand, um dia algum fabricante ainda vai lançar um Vulcan injetado na 1/144 …

Onde comprar,

Este kit pode ser comprado na HobbyEasy por cerca de R$33,00 mais frete, para comprar clique aqui.

Se você não sabe como fazer compras no exterior, recomendo a leitura destes dois tutorias:

Fazendo Compras em lojas no Exterior

Fazendo Compras no Exterior sem Cartão de Crédito Convencional

Meus sinceros agradecimentos a HobbyEasy por enviar mais este kit para review, Obrigado !!

É isso pessoal, espero que tenham gostado de mais este review e até a próxima !

Written by 

Editor do Blog SprueMaster

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4 Thoughts to “Review – 1/200 AVRO VULCAN B2 – Cyber-hobby #2011”

  1. Alex Lima APRJ

    Caro amigo Lucas,tenha a certeza que nada corre por acaso… vc comentou “…na sua fuselagem estavam pintados dois Shrikes (simbolizando os ataques bem sucedidos) e a bandeira do Brasil, demonstrando a necessidade de pousar no Rio de Janeiro, curiosamente a bandeira foi pintada de cabeça para baixo…”

    Conforme consta na história naval, a bandeira invertida no passado, em especial nas marinhas americana e inglesa, era um sinal de EMERGÊNCIA, ou quando da captura de uma nau inimiga, o pavilhão inimigo era hasteado invertido no navio capturado. Hoje essa simbologia não é mais utilizada.
    Abra.

    1. Oi Alex,

      Olha só que interessante !!!! eu não entendo nada de área naval rsrss com certeza foi por isso que não soube 😀

      Obrigado por agregar mais essa informação !

      Valeu !!!!!

  2. Rogerio 77

    Sem dúvida um belo kit, pena que numa escala “estranha”

    1. Com certeza, uma vez que esta escala é voltada para a aviação comercial…

      Plastiabraço !

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