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Lançamento: EMB-312 Tucano – Harpia Publishing

Pois é meu caro leitor, juntamente com o lançamento do kit da Hobbyboss é lançado um livro sobre uma das aeronaves mais conhecidas pelos brazucas, o EMB-312 “Tucano”.

A publicação é toda em papel couchê e é altamente ilustrada, com fotos desde os protótipos até os operadores internacionais, e ainda conta com 74 profiles que são simplesmente maravilhosos e fazem a gente querer montar um kit do Tucano, e detalhe, cada profile tem o FS (Federal Standard) das cores!! É uma pintura mais bonita que a outra! O autor me disse que estão presentes praticamente todas as pinturas utilizadas pelo Tucano ao redor do mundo.

Depois do Tucano, os concorrentes passaram a adotar as mesmas características e seus produtos, como a Pilatus. Assim, podemos dizer que o Tucano ditou a partir de então como as aeronaves de treinamento avançado deveria ser

O autor é o brasileiro João Paulo Moralez, que possui 15 anos de experiência no mercado editorial nacional e hoje atuando de maneira independente no setor.

A editora Harpia Publishing é especializada em publicar somente material inédito, ou seja, não “googlabe” (que não pode ser encontrado na Internet)

Algumas fotos da publicação

 

Formato: Capa semi-rigida, impresso em papel couché
Lançamento: Janeiro/2018
Páginas: 253
ISBN: 978-0-9973092-3-2
Onde comprar: Este livro pode ser comprado diretamente com o autor, custa R$210,00 , para comprar basta enviar um email para o João, clicando aqui

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Aproveitei o ensejo e fiz uma entrevista com o João Moralez:

De onde veio a motivação para publicar um livro sobre o EMB-312?

O que me motivou foi saber que o Tucano mudou a forma de treinamento intermediário ou avançado (dependendo do modelo de treinamento de casa Força Aérea) substituindo os jatos mono ou bimotores por um turbohélice que consumia 1/3 do combustível desses aviões da época. 

Ao mesmo tempo que era um monomotor a hélice, utilizava conceitos de um jato de combate. Tinha uma única manete para controlar o motor (quando o normal são três), arquitetura do cockpit semelhante à de um caça de terceira geração da época) e assentos ejetáveis com o do cockpit traseiro numa posição elevada para que o instrutor acompanhasse as ações do aluno. Depois do Tucano, todos os aviões da sua categoria seguiram o mesmo caminho. O Tucano se tornou referência nesse sentido. 
 
Além disso, permitiu que a Embraer desenvolvesse algumas tecnologias que não dispunha ainda: colagem estrutural e um canopi feito a vácuo ao invés de um molde. Isso permita excelente qualidade ótica para os pilotos. Por fim, foi uma formidável plataforma de combate tendo destruído mais de 40 aviões de narcotraficantes e servindo em muitas forças aéreas inclusive como um caça de defesa aérea.  
 

Como foi a procura por uma editora interessada em publicar o seu trabalho?

Sou amigo do editor da Harpia Publishing, uma editora norte-americana e que se dedica a lançar livros inéditos e com profundo detalhe técnico e de informações. Essa aliás é a sua marca registrada. Eles possuem linhas de livros extremamente interessantes e muitas vezes de temas que não são cobertos com a devida atenção, como Oriente Médio e  África. Sugiro as séries Arab MiGs e African MiGs. 
 
Ao comentar sobre a pesquisa que eu estava fazendo, em dezembro de 2015, nós formamos um acordo para lançar o livro em janeiro deste ano. E, na sequência, o livro do Super Tucano, detalhes aqui,  que em breve espero também ver publicado aqui (rs). 

 

Quanto tempo levou para compilar todo o material necessário para o livro?

Curiosamente na convenção de Campinas de 2013 eu tinha iniciado as pesquisas, dias antes. Só conclui para valer em dezembro de 2017, pois todas as semanas eu recebia algum tipo de novidade para o livro. 

 

Qual foi a maior dificuldade que você encontrou nas pesquisas para o livro?

 
Foram muitas. Encontrar informações corretas, pois muitas vezes tinham varias informações sobre o mesmo assunto. Então era preciso, de alguma maneira, comprovar qual era correta através de documentos ou fotos. Ou de testemunhas que participaram daquilo. Então isso foi muito trabalhoso. 
 
Ao mesmo tempo, conseguir informações mais completas sobre alguns países como Angola, Mauritânia, Kuwait e Quênia, por exemplo. Fotos então, nem se fala. As vezes eram meses martelando num assunto para que desse certo. 
Outra dificuldade foi conseguir as bolachas que compõe um dos apêndices do livro. Só não consta uma da Colômbia, porque não existe mesmo. O resto esta tudo lá. Venezuela, Egito e  Peru foram muito difíceis. Mas em todos os países que o Tucano ou Shorts Tucano operou, exceto pela Mauritânia, Egito e Kuwait, eu tinha contatos que me ajudaram. 
 
Muitas pessoas colaboraram mas sob sigilo, dando seus relatos mas mantendo o seu anonimato. Há duas fotos no capítulo da FAB em que os rostos foram desfocados. 
 

Esse é o seu primeiro trabalho publicado?

Já havia escrito um livro dos 25 anos da Aviação do Exército Brasileiro. E co-autoria em outros projetos. Mais informações aqui
 

Atualmente, o modelismo acaba sendo uma forma de se preservar a história. O que você pensa sobre isso?

Sim, acredito profundamente nisso. Conheci recentemente um plastimodelista chileno que possui mais de 500 modelos montados, muitos nas cores da Fuerza Aérea de Chile. Uma parte razoável desses aviões sequer existe em museus de aviação, pois por desatenção ou descaso, não foram preservados. Mas na coleção desse plastimodelista eles estão lá. Também temos que pensar que os museus sofrem de problemas de espaço e é impossível ter vários exemplares de um mesmo modelo mas nas mais variadas cores que ele operou numa Força Aérea. 

O que eu quero dizer com isso é que, na minha visão, o plastimodelismo pode ser comparado a um museu. Aliás, os museus deveriam ter isso obrigatoriamente, pois é um campo farto e que possibilita muitas situações. Pense nos dioramas e como eles podem ser lúdicos em museus para ensinar a história. 

O livro foi feito pensando no modelista. Eu pratico o hobby e foi questão de colocar os Federal Standard em todos os perfis coloridos. E coloquei também as referências de armamentos para que possam fazer seus modelos nas cores e configurações corretas. E quem quiser pode me contatar no e-mail [email protected] para esclarecer dúvidas de armamentos e padrões de cores, por exemplo. 

As ilustrações do livro são excelentes. Como foi o processo de pesquisa para fazê-las?

Antes de mais nada quero ressaltar o comprometimento do ilustrador, o brasileiro, Murilo Camargo Martins. Ele é uma sumidade no meio dos artistas e os seus trabalhos são hiper realistas. Ele possui mais de 45 anos de experiência no segmento e já fez diversos tipos de trabalhos. Também é plastimodelista e uma pessoa extremamente perfeccionista.

Na convenção de Campinas, em 2013, eu encontrei o Murilo e comentei sobre o trabalho de pesquisas que eu havia iniciado. E ele queria fazer ilustrações do Tucano por considerar um avião muito importante e bonito, colocando-se a disposição para ilustrar o livro se necessário. Ele está desde o início comigo, mas no começo nos trabalhávamos isolados, ou seja, ele com os trabalhos de ilustração e eu com a pesquisa. Mas de fato havia a necessidade de trocarmos mais informações pois muito do material que eu tinha acabava servindo para ele. Foram centenas de horas de trabalhos dedicados a esses perfis, que sofreram modificações e aperfeiçoamentos em varias etapas do projeto do livro. Surgia uma pintura diferente, nós reproduzíamos. Vale destacar que as linhas da camuflagem mudam de avião para avião, pois seguimos exatamente como está nas fotos.

Só fizemos determinadas artes depois que conseguimos todas as informações. Dois casos emblemáticos foram a última versão de Honduras (a escura) que não tínhamos o emblema da cauda. Eu achei por acaso na internet, procurando outra coisa, e só então pudemos fazer. A outra foi a cor cinza do Peru, que também só foi concluída quando descobrimos os emblemas das unidades que vão na fuselagem. Não sei te dizer quantas fotos foram usadas como referências, mas pode ter chegado a mil.

Não existem plantas precisas do Tucano, nem mesmo as da Embraer que conseguimos bate perfeitamente com as fotos. Então foram feitos muitos estudos e análises e checagens cruzadas para que tivéssemos a mais perfeita arte no final.

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Não posso deixar de elogiar o João pela enorme dedicação e também por fazer um trabalho tão minucioso em homenagem ao nosso”Tucaninho”. Parabéns João!

Meus mais sinceros agradecimentos por enviar este livro para o blog!

 

Written by 

Editor do Blog SprueMaster

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